domingo, 1 de julho de 2012

106 anos - pouco há a celebrar

Em alturas de aniversário chega-nos uma notícia aparentemente tristíssima que a meu ver é muito mais suficiente para criar desejos de eleições antecipadas do que a trapalhice do Cristóvão.

Refiro-me ao despedimento de mais de 30 treinadores da Academia de Alcochete. Se há algo por que os sportinguistas ainda deviam sentir-se orgulhosos é por terem uma formação de jogadores de futebol das mais prestigiadas no mundo, merecedora de crónicos elogios vindos de toda a parte, e explanada nos relvados pisados pela Selecção Nacional (para quem ainda não leu, clique aqui).

Se é  por demais evidente que o aproveitamento (próprio) da mesma tem sido na melhor das hipóteses medíocre, sem por um lado sucesso desportivo por aí além e por outro estando constantemente em eminência de bancarrota, é-o também que, sem a formação, nem faz sentido já haver Sporting.

Diz-se por aí que não é com "imberbes" que se ganham campeonatos, mas desafio eu: e então o campeão da formação e da continuidade do desenvolvimento do produto nacional? Ao fim e ao cabo, um título é apenas um título, pendura-se ao pescoço, enfia-se-o numa prateleira, mas ser-se o motor do futuro do futebol português é sim motivo do maior orgulho.

Dito isto, está já mais que provado que o investimento avultado em futebolistas raramente aumenta signficativamente o rendimento desportivo e invariavelmente aumenta sim drasticamente o deficit. Pense em casos relativamente bem sucedidos, como Elias, e pergunte-se quantos anos de salários de treinadores da formação não pagaria o investimento feito nele.