A ideia de que a probabilidade de sucesso relacionado com uma decisão aumenta proporcionalmente à quantidade de informação que a sustentou é universalmente aceite hoje em dia e nela assenta grande parte do que é o raciocínio científico pós-moderno. Malcolm Gladwell no seu famoso livro Blink (que mais ou menos recomendo) contesta este ponto de vista e defende, recorrendo a estudos mais ou menos científicos, a capacidade dos nossos cérebros em, a um nível subconsciente, formular conclusões com base em reduzidíssimas quantidades de informação, assimiladas numa fracção de segundo, tão ou mais válidas que aquelas que nascem do aprofundado estudo das demais variáveis.Abandonar-me a esse exercício de me deixar levar pelo gut feeling foi o que fiz no post anterior. E, por coincidência, em Alvalade, duas coisas aconteceram que considero deploráveis: a venda de dois titulares, portugueses, um deles titular indiscutível da Selecção, o outro Sportinguista e atleta do clube há 14 anos, ambos pela porta pequena, quase que expulsos; e a intervenção de Godinho Lopes, registada no site do Sporting como Vídeo do Presidente.
Ambos registos são-me assustadores na medida em que representam a continuação (ia escrevendo o regresso mas talvez não tenhamos chegado a partir) do pior que o Roquetismo e Bettencourismo tiveram: a delapidação - basta olhar para lista de convocados da Selecção Nacional - e a comunicação. Godinho Lopes, numa tensão dificilmente compreensível, perde-se em acusações vagas e resume os males do Sporting às vozes discordantes que circulam na net. Vale a pena ver o vídeo se se tiver um fetiche pelo FAIL. A intervenção (nada divina) foi tão eficaz que me levou a escrever este texto, 5 meses depois.
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