segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

pobre Bettencourt

Surpreendente, ou não, a posição de Dias Ferreira, mais preocupado em defender José Eduardo Bettencourt do que o Sporting, para o qual não desperdiça palavras de apoio e de confiança no futuro. A partir de certa altura as pessoas não tem de suportar certas coisas, diz ele. Mas que coisas foram essas? Penso que apesar de nunca na história do Sporting se ter assistido a semelhante descalabros, desportivos, financeiros e principalmente de identidade, as vozes criticas foram sempre muito discretas, sem motins, nem manifestacoes para alem dos assobios (relativamente) normais de quem perde mais um jogo em casa. Evidentemente que em alguma comunicação social pontuais vozes discordantes fizeram-se regularmente ouvir, mas não vivemos nós num sistema democrático?
JEB optou varias vezes por um discurso incendiário, ao estilo de guerra fria, mostrando acreditar piamente que existem sportinguistas de primeira - os que o apoiavam - e os de segunda, constituídos por gente fraca e ressabiada, sócios numero 90mil e tal. Nunca se ouviu uma palavra amigável, aglutinadora, de JEB para com essas mesmas vozes, ao passo que os críticos, por exemplo, nunca desconfiaram do seu sportinguismo.

Outro aspecto interessante de salientar encontra-se na blogosfera e relaciona-se também com essa visão unidimensional que JEB tinha acerca do que é ser-se sportinguista. Nos textos críticos e pertinentes dos colegas do A Norte de Alvalade, ou no dos PLF, quando o Bancada Nova dava em canal aberto, existiram sempre comentários de adeptos do Sporting a acusa-los de não serem sportinguistas de verdade pois não estavam a apoiar o actual momento. Para essas pessoas a estabilidade depende quase que exclusivamente da união e da uniformização das opinioes. Não vale aqui a pena explorar esse tópico, mas o que queria fazer sobressair e o silencio concordante e ate de alivio que essas mesmas pessoas agora parecem exercer e parece-me altamente improvável que haja alguém por ai que ache que JEB teve um bom mandato. Na verdade parece-me que tiveram com o Bettencourt a mesma atitude que este teve com Paulo Bento: “ele é o maior, ele é o maior, ele é o maior, ufa que alivio já se foi”.
Só falta esperar um par de meses para se ouvir quem queira beatificar JEB, coitado, tal como hoje se faz com o PB.

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